Com voz e olhos presos em cárcere,
o mundo para
o mundo morre
o mundo ruína.
Não quero ser herdeiro da maldição
tenebrosa dos homens.
A tempestade invisível é cega.
Irriga o mais boçal dos sentimentos.
Afinal, a visita tão esperada em cada
lar
é o desespero.
Todos trancafiados em telas esquálidas,
remoendo aquela esperança que,
definitivamente
teima em não emergir das pedras.
O céu ainda parece escasso de boas novas.
Porém, há um coração nervoso observando
o cárcere,
ávido por flores recém-nascidas exalando
uma maresia confortável.
Existe alguma faísca de tempos futuros
luzindo entre as janelas.
Apesar dos homens.
(abril 2020)
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