quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Véspera

Bastaria aquela vírgula:
os segundos responderiam
por seus sonhos.
O tempo rasteja incólume,
inválido,
encarnando olhos pardos
que devorariam restos,
um céu.
Caberia em mim a ansiedade
cruel dos costumes,
assistida em cenas menores
de um filme sem rugas,
desvairado.
Vigora o calor de esperanças
contadas em discretas estações.
Assim, por um detalhe,
os segundos explodem
no rastro de tempo
que me escorre tímido
pelos corredores bastardos
de pequenas almas.

(novembro 2010)

Centésimo

Sou meu herói.
Meu vilão, meu senão
bruto e puro:
fortaleza de cem mares.
Sou vário, infindo.
Sou contorno irrestrito
do escrúpulo que me cerca
sem sombras.
É meu devaneio atípico
que norteia mentes frias,
congelando sonhos,
devorando aflitos e conflitos.
Apodreço assim confuso
no meu tempo incerto,
em momentos de mim
que me reinam absolutos
sem cortes,
sem formas,
nos cem motivos fúteis
para viver,
tão singelamente,
nessa eterna melancolia.

(agosto 2006)

Seguidores

Quem sou eu

Minha foto
Dizem da poesia revolução. Pois ela se encontra à vista daqueles que acreditam na palavra como instrumento de mudança.