em fios brancos.
Entre um café e outro,
vinhos e amargos sonhos
anoitecem reticencias.
Não quero ser apenas
um espelho retorcido,
jogado num ventre
de um canto torpe.
Serei um miserável abismo
daquilo que me torna
único.
Os passos lentos arranham
numa sinfonia tímida.
Horizontes não são mais
os mesmos diante dos
olhos.
Um sorriso amarelo acena
para os anos que estão
por vir.
Serei apenas detalhe
duma eternidade preguiçosa,
que se esconde,
impiedosamente,
entre os dentes.
(abril 2018)