segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A aclamação dos restos

Não tentem esmurrar as verdades.
Pasmem! - elas não morrem todos os dias.
As horas teimam a nos desassossegar,
e junto a elas, o olhar inválido de 
possíveis lamentações.
Preservem as verdades em 
nossos próprios umbigos
e surpreendam-se:
nós somos o que as pedras imaginam.
E as palavras,
cujas dores apenas ensinam medos,
são golpes misericordiosos
de intolerância contra nosso 
orgulho ensurdecedor.
Como recompensa de nossos feitos, 
recebemos restos, 
aclamados entre tempestades 
e imperfeições,
que agora nos resumem 
em paisagens deformadas.
A agonia vence.
Nosso troféu é a solidão.
Todos felizes em suas redomas de gelo.
A vida sorri apressadamente, 
não se esquecendo das verdades...


(agosto 2012)


sábado, 4 de agosto de 2012

Reverso

Um vulto de tinta arrebata meus olhos.
Cantorias de galhos vagam pelas sombras.
Agonizo mundo que não admite sonhos.
Pareço uma rocha assombrada.
Afronto dunas de verdades mortas
enquanto berro a minha própria
carne inquieta.
Atordoado por amargas angústias,
conto minhas mágoas para um
véu absurdamente invisível.
Gotejo a existência como eternidade ingrata,
pois definho em pequenos sentimentos,
robustos destinos,
estranhas alucinações.
Fatigada entre dilemas,
a vida nasce às avessas
e contorce as esquinas como um
delicado imprevisto.
Sou, provavelmente, um poeta insano...
(agosto 2012)

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