quinta-feira, 23 de abril de 2020

Esboço de felicidade mal curada


Duas taças de vinho na mão.
Alguns absurdos na memória.
Música qualquer nos ouvidos.
A dança gira em algum lugar do estômago.
Festeja-se sabe lá o quê.
Simplesmente há uma fagulha no asfalto, imperceptível.
O gosto de liberdade é forte,
deixa tonto.
Apenas troca beijos com um vento inegociável.
A vida para entre três palavras mal trocadas.
O delírio de esperança é híbrido.
Quer voltar para casa.
Mas os destinos involuntários não permitem.
Uma selva de sensações se dilui nos vinhos,
entre cervejas,
nos bares de esquina,
pelos contentamentos de rostos indecifráveis.
Apenas a felicidade não se completa.
De maneira alguma.
Está à espera de um convite malicioso
para um possível drinque
em qualquer esquina ansiosa
por aí.



(abril 2020)

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