sábado, 4 de agosto de 2012

Reverso

Um vulto de tinta arrebata meus olhos.
Cantorias de galhos vagam pelas sombras.
Agonizo mundo que não admite sonhos.
Pareço uma rocha assombrada.
Afronto dunas de verdades mortas
enquanto berro a minha própria
carne inquieta.
Atordoado por amargas angústias,
conto minhas mágoas para um
véu absurdamente invisível.
Gotejo a existência como eternidade ingrata,
pois definho em pequenos sentimentos,
robustos destinos,
estranhas alucinações.
Fatigada entre dilemas,
a vida nasce às avessas
e contorce as esquinas como um
delicado imprevisto.
Sou, provavelmente, um poeta insano...
(agosto 2012)

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Dizem da poesia revolução. Pois ela se encontra à vista daqueles que acreditam na palavra como instrumento de mudança.