segunda-feira, 20 de junho de 2011

Comboio

Quando se calam as chuvas soturnas,
as mãos vazias enredam o tempo.
Ergue-se então o verso mais seco
rompendo a quietude viva dos jardins.
Cantem assim os ouvidos frios
pois nossas mentiras são de veludo.
Olhares mortos apenas silenciam
e descansam.
A garganta presa em lodo chora,
amarga,
como ninho imerso na clausura
de absurdos.
Sou o cinza que perdura o mofo.
O tempo exato na amargura de meus
sonhos.
Apenas o riso me acompanha tenso.
O sol move-se para dentro de minha lágrima.
E bastaria o mundo feito um grao
para que a angústia em mim
pudesse reiventar o véu
das intensidades.


(junho 2011)

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