quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Véspera

Bastaria aquela vírgula:
os segundos responderiam
por seus sonhos.
O tempo rasteja incólume,
inválido,
encarnando olhos pardos
que devorariam restos,
um céu.
Caberia em mim a ansiedade
cruel dos costumes,
assistida em cenas menores
de um filme sem rugas,
desvairado.
Vigora o calor de esperanças
contadas em discretas estações.
Assim, por um detalhe,
os segundos explodem
no rastro de tempo
que me escorre tímido
pelos corredores bastardos
de pequenas almas.

(novembro 2010)

Um comentário:

  1. "O tempo rasteja incólume"

    Questão de tempo para que esse verso seu vire epígrafe minha...

    Abraço fraterno e parabéns pelo livro, que pretendo adquirir em breve.

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Dizem da poesia revolução. Pois ela se encontra à vista daqueles que acreditam na palavra como instrumento de mudança.