E eu ainda te espero...
O vento surdo do meu coração
fatigava pés, a alma,
tudo.
Teus olhos faziam cena em
cortinas imaginárias,
enquanto restos de nuvens encobriam
a lâmina indiscreta do sol.
De repente, lábios cor de pressa
reverenciam o mundo
e teu corpo, reerguido em melodia,
surge na medida em que
um infinito parece se esconder.
Caía a estampa da noite.
Com ela, a penumbra nítida
das mãos se desvelava.
A timidez vazia de nossas vidas
se cala num conflitos de silêncios.
Pouco a pouco,
a lua tornava-se presente
entre carícias e imensidões de pedra.
O tempo corrói o instante.
Eis que surge uma luz
cortando o véu da eternidade
na razão mais simples
de meu vestígio.
E eu ainda te espero...
(dezembro 2010)
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