terça-feira, 10 de abril de 2018

Pela madrugada

Sentado à beira de uma cama insólita,
entremeando frestas e insônias,
contemplo o escuro como pânico.
A madrugada exibe segredos,
confidentes em cada lua fria.
Recolho aquilo que me aflige os passos.
Não há pensamento sórdido
sem convite à solidão.
brindo um gole de tempo, amargo,
companhia incerta para silêncios
impetuosos.
Deixo um grito esquecido na
tempestade em que me rascunho.
A claridade pousa minhas mãos
como fuga ao precipício.
Da manhã ainda resta sombra
que renasce
num cortejo de cinzas.


(novembro 2017)

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