segunda-feira, 8 de junho de 2015

Solstício

O sol não se move.
Há um vento murmurando
a ternura de um sorriso.
Esperançosas flores de outono
colorem as almas brandas.
Os olhos se contradizem.
A paisagem corta o azul rascante
do imaginário.
Ouço um suspiro ao longe.
É apenas o tempo, recusando-se
a passar tão despercebido.
Existe em mim uma pequena vontade
de romper o mar.
A liberdade que apenas a luz acolhedora
do encanto pode oferecer.
O sol continua imóvel.
E com ele o céu,
numa felicidade esquecida,
brinda a essência num só
cortejo.
A certeza de que o dia longo,
inquestionável,
reflete as manhãs de meu breve
desejo de ser horizonte.

(junho 2015)



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